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16/04/2025China faz acenos a Embraer em meio a possível sanção contra a Boeing devido à guerra comercial

O governo da China evitou nesta quarta-feira (16) confirmar a suspensão da compra de aviões da fabricante americana Boeing por companhias aéreas chinesas, mas aproveitou o momento para destacar a cooperação com o Brasil no setor aeronáutico. A fala ocorre em meio à intensificação da guerra comercial entre Pequim e Washington, marcada por tarifas elevadas e medidas de retaliação. Durante entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou não ter informações sobre o caso da Boeing, noticiado pela agência Bloomberg. A reportagem apontava que a decisão de suspender as compras teria partido do governo chinês como reação às tarifas de 145% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses.
Sem confirmar a medida, Lin Jian direcionou a resposta ao Brasil. “Gostaria de salientar que o Brasil é um importante país da aviação, e a China atribui grande importância à cooperação prática com o Brasil em vários campos, incluindo a aviação”, afirmou. O porta-voz também disse estar satisfeito com as parcerias estabelecidas entre companhias aéreas chinesas e brasileiras, “de acordo com os princípios do mercado”.
A declaração foi interpretada como um gesto de sinalização positiva à fabricante brasileira Embraer, que tenta há pelo menos dois anos concretizar a venda de cerca de 20 jatos para uma companhia regional chinesa. A negociação conta com apoio do governo brasileiro, incluindo a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agendas voltadas à promoção do setor. Após a divulgação da notícia sobre a Boeing, as ações da Embraer subiram 3,06% na Bolsa de Valores de São Paulo na terça-feira (15), fechando em R$ 64,65 — reflexo da expectativa de abertura de mercado para a empresa brasileira.
Além do setor aeronáutico, a escalada comercial entre China e Estados Unidos tem afetado outros segmentos. Como parte das medidas de retaliação, o governo chinês também suspendeu licenças de importação de carne bovina de diversos exportadores americanos. Pequim tem reagido com firmeza às políticas comerciais do presidente americano, Donald Trump, que desde janeiro impôs novas tarifas sobre produtos chineses, somando-se a sanções já adotadas por administrações anteriores. Em resposta, a China impôs tarifas de 125% sobre produtos americanos e acusou os EUA de “ameaças e chantagem”.
“A China não deseja lutar, mas não tem medo de lutar”, afirmou Lin Jian. “Se os Estados Unidos querem diálogo, devem abandonar a pressão extrema e negociar com base na igualdade e no respeito mútuo.” Em paralelo, autoridades chinesas têm reforçado o discurso de aproximação com a América Latina. Em outra coletiva, Lin Jian respondeu a críticas do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que classificou como “vorazes” os investimentos chineses em países emergentes da região.
O porta-voz rejeitou as acusações e afirmou que a cooperação com países latino-americanos ocorre com “respeito mútuo” e tem sido “bem recebida”. “A intimidação e a pilhagem de longa data dos EUA deixaram a América Latina com veias abertas. Os Estados Unidos não estão em posição de criticar a cooperação entre a China e a região”, disse Lin. As tensões comerciais continuam influenciando os mercados globais e devem seguir como tema central nas negociações entre potências e parceiros comerciais nas próximas semanas.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan Read More