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06/07/2024Após uma alta pontual pela manhã, o dólar à vista se firmou em baixa ao longo da tarde no mercado doméstico, refletindo a queda da moeda americana no exterior, na esteira do resultado do payroll de junho, e novos sinais vindos do governo de compromisso com as metas fiscais. Com máxima a R$ 5,5342 e mínima a R$ 5,4603, o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,44%, cotado a R$ 5,4623, no menor valor de fechamento em dez dias. Foi o terceiro pregão consecutivo de recuo da moeda americana, que encerra a semana com desvalorização de 2,25%. Do pico de R$ 5,6648 no fechamento da terça-feira (2), para o encerramento do pregão hoje, o dólar caiu 3,57%. Apesar da onda de enfraquecimento da moeda americana no exterior, em semana marcada por dados mais amenos de atividade e emprego nos EUA, a apreciação do real é atribuída, sobretudo, à tentativa do governo de reconquistar a confiança na política econômica.
Foi a primeira perda semanal do dólar após seis semanas seguidas de valorização. Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se absteve de críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e deu sinais de apoio à agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad com várias declarações a favor do compromisso fiscal. Na quarta-feira à noite, após reunião de Lula com Haddad e outros ministros, o governo informou que havia identificado R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias que podem ser cortadas do Orçamento de 2025. A perspectiva é também de anúncio de bloqueio de recursos.
No início da tarde, em evento em Osasco (SP), Lula já havia reforçado o compromisso com a meta fiscal, contribuindo para troca de sinal do dólar. No exterior, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a moedas fortes, em especial o euro e o iene – operou em queda moderada, abaixo dos 105,000 pontos, e encerrou a semana com baixa de quase 1%. O dólar caiu na comparação com a maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, em dia de baixa firme das taxas dos Treasuries.
Dados do relatório de emprego (payroll) de junho nos EUA endossam a perspectiva de uma acomodação do mercado de trabalho americano, o que sugere espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve neste ano. Forma criadas 206 mil vagas em junho, mas houve revisão para baixo dos números de maio (de 272 mil para 218 mil) e de abril (de 165 mil para 108 mil). Além disso, a taxa de desemprego subiu de 4% para 4,1%. Monitoramento do CME Group mostrou que as chances de cortes de juros nos EUA em setembro, que já estavam acima de 70%, superaram 77%.
Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan Read More