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05/07/2024A promessa feita pelo governo, de cortar despesas obrigatórias em 2025, contribuiu para que o dólar continuasse o movimento de queda iniciado ontem em relação ao real, deflagrado por um discurso mais claro do Planalto em defesa do ajuste fiscal e por um rumor de que o Banco Central teria consultado o mercado sobre a necessidade de maior liquidez no câmbio. O dólar à vista caiu 1,47%, a R$ 5,4864, com máxima de R$ 5,5083 (-1,08%) e mínima de R$ 5,4668 (-1,82%) na sessão. Às 17h45, o contrato da moeda para agosto recuava 1,19%, a R$ 5,5025, com máxima de R$ 5,5270 (-0,75%) e mínima de R$ 5,4830 (-1,54%).
Com as perdas dos últimos dois pregões, o movimento da moeda brasileira ficou mais alinhado ao de outras moedas latino-americanas observado desde o final de maio, quando o rali do dólar ficou mais evidente em relação a essas divisas. Nesta base de comparação, o dólar passou a acumular alta de 4,5% em relação ao real e de pouco mais de 6% em relação aos pesos mexicano e colombiano. Na comparação com o peso chileno, porém, a alta foi de 1,7%.
No acumulado do ano, porém, o real ainda é a moeda que mais perde na comparação com o dólar dentre as divisas de grandes países emergentes, seguida de perto pela lira turca. Ontem à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou o compromisso do governo com o arcabouço fiscal e as metas de resultado primário e anunciou que já foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que poderão ser cortadas do Orçamento de 2025. “Nós já identificamos, e o presidente autorizou levar à frente”, acrescentou o ministro.
Com o foco dos investidores voltado essencialmente ao cenário fiscal e ao compromisso político com os cortes de despesas, a notícia de que o superávit comercial de junho ficou acima do previsto teve efeito zero sobre a cotação do dólar, assim como a revisão para cima na previsão do governo para o resultado da balança comercial neste ano. O mercado também operou hoje sem uma diretriz clara do exterior, devido ao feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos, que manteve as bolsas de lá fechadas.
Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan Read More