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Um dia após atingir novo recorde, e bater R$ 5,70, o dólar comercial encerrou a quarta-feira (3) em R$ 5,56, registrando um recuo em relação ao dia anterior. É a primeira vez que o câmbio recua em sete pregões. Essa queda acontece à espera de uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros da área econômica para tratar do câmbio e da situação fiscal, marcada para às 18h desta quarta, e após o mandatário dizer que “responsabilidade fiscal é um compromisso” do governo e que o Executivo “não joga dinheiro fora” durante o lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar. Declaração que vai contra o que o presidente tem dito nas últimas semanas sobre política fiscal e monetária. Lula tem criticado a atuação do Banco Central e colocando em dúvida a intenção do governo de cortar gastos. A queda também tem relação com o posicionamento de Fernando Haddad, ministro da Economia, que criticou, nesta quarta, os movimentos especulativos no mercado financeiro brasileiro. “Não têm consistência essas projeções. Vamos soltar o relatório fiscal do primeiro semestre em 22 de julho. É o terceiro bimestre do ano que vai trazer números completamente consistentes com as projeções da Secretaria de Política Econômica. Com o trabalho que está sendo entregue, possivelmente, em 2024, vamos ter o melhor resultado fiscal dos últimos dez anos”, declarou o ministro após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Na terça-feira (2), em meio aos rumores de que o Banco Central estaria consultando as Tesourarias de bancos sobre eventual intervenção no câmbio, a moeda norte-americana encerrou o dia cotado a R$ 5,6665, o maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, e uma valorização impulsionada por declarações do presidente Lula sobre a política cambial adotada pelo Banco Central, atingindo o maior patamar desde janeiro de 2022. Em 2024, o dólar já acumula uma valorização de mais de 16%, refletindo a instabilidade do mercado diante das declarações do presidente. A possibilidade de aumento do IOF nas operações de câmbio foi descartada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas analistas ainda especulam sobre a intervenção do Banco Central para conter a escalada da moeda americana. O dólar subiu ao longo do último trimestre, impulsionado pelos ventos favoráveis do aumento dos rendimentos dos Treasuries e do desempenho superior das ações dos EUA. Acreditamos que estes fatores poderão continuar apoiando o dólar no curto prazo, e a perspectiva iminente de uma segunda presidência de Donald Trump distorce estes riscos em torno do dólar para o lado positivo”, aponta a Capital Economics.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Américo
Fonte: Jovem Pan Read More