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16/10/2024O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), disse ontem (14), em entrevista ao Roda Viva, “não ver com bons olhos a privatização da Petrobras”. Geralmente, o argumento utilizado pela manutenção do controle da gigante do petróleo nas mãos do governo é que a empresa é muito lucrativa, e a União perderia arrecadação. Isso porque a Petrobras distribui volumosos dividendos para o governo, além e pagar impostos, fonte também de arrecadação para o Estado.
No entanto, é perfeitamente possível uma empresa privada gerar mais arrecadação para o governo, via impostos, do que as receitas advindas dos dividendos distribuídos e dos tributos pagos por uma companhia estatal à União. A Vale é um exemplo dessa situação. Antes de ser privatizada, a Vale era uma empresa bastante lucrativa para o governo.
Os contrários à sua privatização diziam que o governo perderia arrecadação, uma vez que abriria mão dos dividendos distribuídos da companhia para o Estado brasileiro. Porém, a realidade se mostrou bem diferente. Após a privatização, a Vale passou a gerar mais receita para o governo, por meio de impostos, em comparação aos lucros distribuídos e tributos pagos no período no qual ela era estatal.
Além de maior arrecadação, a Vale passou a gerar muito mais emprego para a sociedade brasileira após a sua privatização. A geração de empregos aumenta o consumo de bens e serviços em outros setores, impactando positivamente o mercado de trabalho. Com mais empregos, gera-se mais renda gerada, o que também eleva a arrecadação do governo.
O exemplo da Vale serviria perfeitamente para a Petrobras. Com a privatização, a gigante do petróleo poderia ser muito mais eficiente, na medida em que não haveria a confusão dos interesses econômicos com os políticos. Um grande problema da Petrobras hoje é que, ora ela age como uma empresa na busca de lucros – inclusive para o governo, acionista majoritário -, ora atua como uma agência estatal para satisfazer interesses políticos, como represamento de preços e investimentos desnecessários (refinaria de Abreu e Lima, por exemplo).
Acontece que, na maioria das vezes, os interesses políticos e econômicos são antagônicos. Mais do que isso, o interesse político pode levar a destruição financeira da empresa. Por exemplo, no governo Dilma a Petrobras quase quebrou. Por fim, e não menos importante, uma empresa estatal é muito mais suscetível à corrupção. Ao contrário de uma firma privada, na qual corrupção atinge apenas os colaboradores da empresa; numa estatal, o desvio do recurso público é pago por toda a sociedade.
O Petrolão é um exemplo claro do prejuízo bilionário para a sociedade brasileira gerado pela corrução numa estatal. Diante de todos estes argumentos, não vejo razão para não privatizar a Petrobras. Seguindo o exemplo da Vale, com a privatização a Petrobras poderia gerar mais dinheiro para o governo, mais empregos na sociedade e ser menos suscetível à corrupção. Por que não privatizar?
Fonte: Jovem Pan Read More